Maior parceiro comercial da Rússia na América Latina, o Brasil tem no setor agropecuário a principal fonte de produtos exportados para o país. É dele que veio a quase totalidade dos US$ 2,5 bilhões (R$ 5,73 bilhões) gerados pelas vendas aos russos em 2013. Já os fertilizantes, cujo destino é também a agricultura, são os mais importados pelo Brasil, seguidos de minerais e metais. Até outubro deste ano, o país trouxe da Rússia mais de US$ 2,1 bilhões (R$ 4,81 bilhões) em produtos.
Recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, reuniram-se para discutir as relações bilaterais e aprofundar a "associação estratégica" entre os dois países. De acordo com a Agência Brasil, Lavrov disse que ambos planejam "cumprir os acordos dos presidentes para aumentar em um futuro próximo o volume de vendas até US$ 10 bilhões".
Os índices de importação obtidos até agora são levemente maiores que os do mesmo período de 2012. No entanto, os de exportação estão abaixo do referente a outubro do ano passado. Desde que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) começou o levantamento, em 1997, o ano de 2008 foi o mais significativo para as transações entre os dois países, registrando o ápice tanto de compra quanto de vendas, em dólares. Por outro lado, o ano seguinte registrou grande queda nas importações e exportações - atingindo o mais baixo índice dos últimos seis anos. Em 2011, registrou-se uma importante ascensão.
É interessante o fato de setores em que o Brasil é forte exportador não se destacarem na Rússia. Calçados, artefatos têxteis e automóveis têm pouca entrada no país. Os dois primeiros encontram a China como grande concorrente. Na galeria acima, confira quais são os produtos que mais movimentam as transações entre Brasil e Rússia.
Produção da agropecuária brasileira deve aumentar cerca de 10% em 2013
Desenvolvimento Agrícola
A produção total do setor agropecuário brasileiro deve ficar 9,7% maior em 2013 em relação ao ano passado, atingindo a marca de 411, 9 bilhões até o final do ano. A estimativa é da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e refere-se tanto às lavouras quanto à pecuária.
O crescimento previsto para as lavouras este ano é de 10,3% em comparação ao ano passado, o que representa R$ 276 bilhões. Os destaques podem ser observados com a produção de batata-inglesa, feijão, laranja, tomate, soja e trigo. O arroz, a banana, a cana-de-açúcar e o milho também apresentam números positivos.
O pior desempenho nas lavouras é do algodão, com redução de 31,2%, e do café, 28,3%. A queda do algodão deve-se a acentuada redução de produção neste ano. Já no caso do café, a diminuição dos preços e a produção menor (devido ao ciclo de baixa bienalidade) anunciados em agosto, foram os responsáveis.
Para a pecuária, estima-se que o valor seja de R$ 135,9 bilhões, com elevação de 8,6% no período. A produção de frango e bovinos representa 69% do VBP da pecuária este ano. A produção de frangos pode chegar a R$ 46,32 bilhões; de bovinos, R$ 47,33 bilhões; e de suínos, R$ 11,9 bilhões.
Agronegócio
O Brasil apresenta índices de desenvolvimento agrícola acima da média mundial, de acordo com o estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O País também lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe e tem crescimento médio de 3,6% ao ano. O agronegócio representa mais de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que representa a soma de todas as riquezas produzidas no País.
Os produtos exportados de maior destaque são: carnes (US$ 1,14 bilhão); produtos florestais (US$ 702 milhões); complexo soja - grão, farelo e óleo (US$ 685 milhões); café (US$ 605 milhões) e o complexo sucroalcooleiro - álcool e açúcar (US$ 372 milhões).
A mandioca, feijão e a laranja também estão entre os principais produtos agrícolas do Brasil. Já o trigo é principal produto agrícola que o País importa. Os números também são positivos nas vendas de produtos para outros países. Principal parceiro comercial do Brasil, a China importa US$ 388,8 milhões em produtos agrícolas brasileiros ou 8% no total exportado pelo setor. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, que importam do agronegócio nacional pouco menos que os chineses.
Projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos aumentará 22%, sendo a soja o produto principal, com média de 2,3% ao ano. A carne de frango poderá crescer 4,2% e deve liderar o ranking. O trigo, milho, carnes bovinas e suínas também aparecem nos resultados das preliminares como produtos que vão puxar esse crescimento.